sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Cardeal denuncia novas formas de gnose: Nova Era, relativismo, esoterismo e agnosticismo

O cardeal Paul Poupard, presidente dos Conselhos Pontifícios da Cultura e para o iálogo Inter-religioso, em sua intervenção na inauguração, em 18 de maio passado, da cátedra «Religiões e espiritualidades não-convencionais”, na Universidade Pontifícia São Tomás de Aquino de Roma (mais conhecida como «Angelicum», explicou o «papel das instituições culturais católicas frente ao relativismo e o esoterismo das religiões e espiritualidades não-convencionais». (Zenit.org, Roma, 9 jun 06).

O cardeal Poupard afirmou que «as religiões e espiritualidades não-convencionais, fenômenos conhecidos como New Age, esoterismo, magia, ocultismo, satanismo, comunicação com o além, apresentam-se como formas de gnose» que «combinam intuições espirituais e métodos tomados ecleticamente das religiões tradicionais e de práticas esotéricas com métodos científicos ou pseudocientíficos de cura, de busca do bem-estar físico e mental». Seu êxito se explica, segundo o Cardeal, «porque encontram um terreno bem preparado pela difusão do relativismo e da indiferença para com a fé cristã, ao que vão unidas as inextinguíveis aspirações do espírito humano para com a transcendência e o sentido religioso, característica constante da história do homem».

O cardeal defendeu que «cultivar uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, não é fundamentalismo, mas inteligência e sabedoria, para não ceder à ditadura do relativismo, que não reconhece nada como definitivo e que deixa como última medida só o próprio eu e seus desejos. Relativismo, esoterismo e agnosticismo são os ‘inimigos’ mais enganosos da verdade e do bem». Disse ainda o Cardeal que: «quando o conhecimento do conteúdo da fé cristã é fraco, as seitas desenvolvem-se graças a suas pretendidas respostas às necessidades das pessoas em busca de cura, de filhos, de êxito econômico. O mesmo argumento vale para as religiões esotéricas, cujo êxito afirma-se graças à fragilidade e à ingenuidade dos cristãos pouco ou malformados».

Para o Cardeal «este cenário espiritual e cultural lança um desafio à Igreja e às instituições eclesiais e acadêmicas», e surge a pergunta: que missão a Igreja e as instituições católicas têm para responder a muitas expectativas e ajudar muitas pessoas a encontrar ou reencontrar em Cristo o caminho para a Verdade e a Vida? Segundo ele «O desafio principal é o de uma nova inculturação da fé, em ambientes até agora inexplorados, que vai muito além de uma simples apologética. Minha conclusão é, obviamente, um convite a uma nova Pastoral da Cultura». «A Universidade não é a paróquia, por isso, é importante uma formação cultural e espiritual apropriada, por meio da organização de seminários e grupos de trabalho, centros de diálogo e colóquios interdisciplinares», e é essencial «a fé em Cristo, que implica por sua vez a inteligência do homem e seu coração, o pensamento e a vida, no encontro efetivo com Cristo».

O Santo Padre Bento XVI tem falado da urgência de se lutar contra o relativismo, contra deixar-se levar por qualquer vento de doutrina, como tem acontecido pela cultura dominante nos tempos atuais. Através do Cardeal Poupard, mais uma vez a Igreja dá o seu grito de alerta contra o perigo das seitas e condena a ditadura do relativismo.

Prof. Felipe Aquino

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